Aprender a aprender é fundamental para que possamos evoluir. Mas, será que nos questionamos sobre como efectuamos a nossa aprendizagem? E como a podemos melhorar?
A metacognição é o método do processo de aprendizagem. O foco não está somente no resultado da aprendizagem, mas também na observação do processo de aprendizagem em si. É termos a percepção das nossas formas de percepção e de todo o seu processo, resultando daí o conhecimento do conhecimento. De facto, para a aprendizagem dar-se verdadeira e efectivamente é importante aprendermos a aprender.
É quando revisitamos os processos de aprendizagem que podemos iniciar a tomada de consciência da nossa própria aprendizagem. Para tal, é essencial tornarmo-nos conscientes de nós mesmos, criando um espaço de análise e convívio connosco próprios, pela auto-observação e auto-escuta, pois é no silêncio que a auto-reestruturação acontece. Isto permite-nos conhecer os nossos próprios pensamentos e sentimentos, e, mesmo que inicialmente nos julguemos, permite-nos a criação de novas aprendizagens. Existe assim, uma produtividade na reflexão do conhecimento adquirido e qual a melhor forma de o pôr na prática, escolhendo o palco das experiências do quotidiano para se verificar essa mesma aprendizagem. Tudo isto requer um apuramento da nossa sensibilidade.
Vamos abolir o receio de expor ideias por estarem erradas e acolher cada resposta, reflectida, simplesmente como incompleta ou diferente. Ter em consideração o “erro” como forma de aprendizagem, pois é fazendo que se aprende. Vamos permitir-nos a criar mais espaço de aprendizagem, sem ficarmos somente agarrados à teoria, pois é na prática da própria experiência que efectivamos a aprendizagem e atingimos a maturidade que nos torna independentes, criativos, para além de competentes e eficazes!
Assim, pela reflexão e aprendizagem dessa mesma reflexão, incentivamos o espírito crítico e analítico que existe em cada um como ser único!
Aliando a sensibilidade e o conhecimento aprimoramos o potencial que temos dentro de nós. Isto exige esforço e dedicação desde o início, mas permite-nos explorar capacidades cognitivas e aprimorá-las para nos auto-superarmos e nos desenvolvermos inteiramente como seres humanos. Aplicamos, assim, as competências de saber Ser, aprender a fazer e saber fazer!
Como estamos a iniciar o ano lectivo escolar e, se fala muito sobre métodos de aprendizagem que as nossas crianças e adolescentes necessitam, para e como aprender melhor, resolvi escolher este tema.
Responder aos “porquês” das crianças é importante! Não as querendo despachar e respondendo com assertividade, verdade, simplicidade, interesse e dedicação. Isso criará estrutura de confiança na sua personalidade, criando referências para o seu mundo interior e exterior por acréscimo. Para além de as motivar a querer aprender e a valorizar as suas dúvidas e respostas porque se sentem reconhecidas.
As respostas funcionam assim como forma de legitimização e aceitação no mundo do intercâmbio entre alunos e professores, filhos e pais, etc. Vamos ter em consideração nestas interacções que cada um é único e tem a sua própria forma de aprendizagem, e vamos promover a reflexão e criatividade individuais.
Esta aprendizagem faz sentido quando inserida num contexto de experiências do quotidiano, ou seja, quando tem aplicabilidade real. E a aprendizagem será tanto mais efectiva quanto a experiência for extra-quotidiana, ou seja, uma experiência formadora. Caso contrário, a nossa memória, que é selectiva, acaba por esquecer o conhecimento adquirido.
Uma das formas de verificarmos a nossa aprendizagem, num caso mais académico, é lermos em voz alta ou para alguém aquilo que estamos a estudar, pois assim conseguimos clarificar se assimilámos, ou não, a matéria apreendida na qual nos debruçamos.
Este desafio de conhecer e tomar consciência das formas de aprendizagem, desenvolve a consciência da própria consciência, ou seja, a metaconsciência. Identificamos e trabalhamos assim questões permanentes e cruciais de serem reflectidas, que nos focam no processo de aprendizagem e nos conferem rigor, pragmatismo, sensibilidade e método nesse mesmo processo e respectivas interacções. Desenvolver a inteligência e as capacidades da própria inteligência e os mecanismos da percepção do desenvolvimento de como o fazemos é maravilhoso!