O Caminho para a Unificação

Deus é uno, e nós viemos de Deus. Ao viver na dualidade, o ser humano sofre; sofre por não se respeitar, por não se amar devidamente, por esperar não se sabe bem o quê, ou ainda que uma força superior vinda de fora, chamada Deus, o venha salvar – quando Deus está em toda a parte, fora e dentro de nós. Buscamos esse amor incessantemente, e teimamos em não o reconhecermos …

Somos apenas Almas fragmentadas, encarnadas em vestimentas chamadas corpo, adormecido pela dor, lutando desesperadamente e, por vezes, já perdendo a esperança de um dia ser amado ou até voltar a amar. O amor é um impulso latente que vem da Alma, tendo muitas vezes a forma de um grito interior que estremece todos os cantos da Terra.

Urge a cooperação para, a cada dia, trazer o Céu à Terra, porque tudo o que existe em cima, existe em baixo. É apenas reconhecer que, o que existe dentro de nós (o melhor) poderá ser reflectido para fora; basta querermos, pois temos poderes de criação/co-criação impressionantes, tudo parte da auto-confiança e confiança nos outros; é só accionar o poder divino que há em nós.

Não é o “Eu” ou o “Tu”, mas sim o “Nós” em conjunto que prevalece. É para além do positivo e do negativo. É a junção do Todo que aqui importa. É criar a dança sagrada, entre o nosso masculino e o nosso feminino, para ser projectado com sabedoria e pacificação para o exterior.

O único poder real que existe é o poder pessoal, e ele não existe para esmagar os outros, porque isso seria contra o Amor. Esse poder pessoal tem de ser reconhecido para a cooperação e integração real e diária de um novo Mundo nas nossas vidas.

As novas famílias são as famílias de Alma, a dita família amigos, que na realidade são Almas companheiras que se transformam, vida após vida, em conjunto. Reconstruiremos novas famílias para a humanidade que está a sofrer uma grande transformação.

É-nos pedida maior consciência, atenção e cooperação. Não podemos continuar a fingir que não nos vemos, porque é mais cómodo e dá muito trabalho estender a mão ao outro, sobretudo quando não recebemos nada em troca! Recebemos pois! A consciência de que demos o nosso amor e que nos lembramos que os verdadeiros valores da humanidade necessitam urgentemente de vir à superfície e gritar mais alto! Teremos de devolver o Amor ao Amor, isto é, viemos de Deus e voltamos para Deus na reconciliação com o nosso “Eu”, com o nosso “Tu” e com o nosso “Nós”. Será uma grande e estrondosa viragem; será a odisseia da revolução interna/externa das nossas vidas. Teremos de reaprender aquilo que somos e o que temos para dar de coração; o amor que há em nós tem de fazer eco, com esse sentido de justiça e integridade que tem de ser desperto e fortalecido.

É necessário mudar os valores de uma sociedade economicista que só pensa no seu umbigo, quando o que nos é pedido é de nos relembrarmos, encarando o nosso lado sombra, transformando-o em luz, e unificando-nos com o próximo, através da compaixão, da verdade e da solidariedade, ou pura e simplesmente o Amor Maior. É só colocar na acção, e não ficar só nas palavras. Sem dúvida que é necessário trabalhar o ego e ser só luz da Alma. Para isso, é necessária uma grande revolução interna que passe por grandes crises existenciais (desde a falta de emprego, a separações dolorosas, a um auto-questionamento de quem somos …). Tudo isso faz parte do processo, para reconhecermos o nosso real valor e assim começarmos a nossa viagem iniciática: a viagem que é o nosso caminho de Alma rumo à unificação e à implementação de novas bases, de valores que foram esquecidos e que estão agora a voltar em força com a verdadeira natureza do seu poder, para a implementação da Nova Era.

É urgente começar a reconhecer a nossa “querida Mãe Terra”, senão “não reconheceremos” o nosso “querido Pai Céu” e continuaremos “órfãos”, porque não nos reconhecemos nem conseguimos ver que fomos reconhecidos, nem fazemos as pazes com o nosso lado feminino nem masculino, nem com a natureza do reino animal, vegetal, mineral ou elemental que existe fora e dentro de nós. É, sem dúvida, uma mudança de atitude que nos conduzirá de volta à unidade – essa unidade que é Deus, Deus sendo Amor. É urgente o Amor para nos curarmos e curarmos a nossa Terra.

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