Respirar, relaxar, sentir, levar a vida de uma forma consciente, sem pressas nem atropelos – apesar do que nos é pedido socialmente, é de não vivermos, de corrermos!
Paradoxalmente, temos tudo para uma vida relativamente facilitada (o progresso). No entanto, não vivemos com a devida qualidade.
Não apreciamos, muitas vezes, as coisas simples da nossa existência, porque as solicitações são tantas, que o nosso foco de atenção dispersa-se naturalmente do verdadeiro sentido de aprendizagem de vivências – o nosso interior – dando espaço a um turbilhão de situações que nos impedem de respirar, de viver, de gritar: quem sou eu?! Que quero eu verdadeiramente de mim e da minha caminhada existencial neste palco da vida?!
Decido agora fazer as minhas escolhas conscientemente. Entregar-me a 100% ao que faço e ao que sou.
Vivenciar o que escolho, de forma consciente, permitir-me-á não andar ao sabor da maré, nem responsabilizar ninguém pelas minhas escolhas. O que também, não me conduzirá à lamentação, se os acontecimentos vivenciados não forem os desejados, e por acaso, até me dou conta que criei expectativas que não deveria ter criado, mergulhando de seguida no vazio da frustração que me vai corroendo a alma e atrofiando todas as minhas formas de pensamento, criando resistências. Porque até me apercebo que estas mesmas resistências, estão ligadas a frustrações, padrões, traumas, exigências de mim própria associadas à inflexibilidade que não me deixam avançar.
Escolho auto-responsabilizar-me e ser a actriz/actor do cenário da minha vida!
Se tiver de estar numa experiência que não escolhi conscientemente, então o que tenho que aprender com isso?
Fazendo introspecção, auto-avaliação e a escrita de um diário onde posso expor os meus sentimentos, raivas, frustrações, desejos e anseios ou, por e simplesmente, momentos banais, criarei um espelho de mim própria, para ler e reler com maior observação e recuo das situações.
Viver, inspirar-me com tudo. Sobretudo comigo mesma.
Para poder apreender melhor o meu exterior terei que apreender-me primeiro e saber colocar-me no lugar dos outros.
Para poder modificar e reajustar o comportamento ou as situações que considero não estarem certas e que não quero mais.
A questão não é – porque é que eu não tenho isto nem sou aquilo – mas sim, traçar uma meta, e passo a passo chegar lá. De seguida, questionar-me sobre o que tenho que fazer para pôr na prática e chegar a essa mesma realização.
O verdadeiro trabalho interior é uma auto-reflexão contínua, uma auto-observação constante e directa no Agora.
Requer alguma prática é claro! Mas tornar-se-á natural, na acção e no reajuste de transformação comportamental para potencializar o que existe de melhor em mim e modificar o que menos gosto, num desafio emocionante, queimando todas as barreiras que me impedem de ser.
Começando por fazer uma lista das minhas qualidades, poderei olhar para os defeitos como desafios a transmutar. Tudo isto tem que ser feito com flexibilidade, maturidade e empenho.
É um trabalho de casa pessoal, que exige um pouco de tempo e auto-dedicação. Mas em algumas situações, a curto prazo, e em outras, a logo prazo, renderá os seus frutos e contribuirá para uma mudança espantosa em todas as áreas da minha vida. E como é óbvio, a minha auto-estima elevar-se-á. Porque o maior investimento nesta vida sou eu, nesta aprendizagem do que é tornar-me mestre de mim própria.
Todos nós sabemos que para obtermos o fruto de alguma coisa, é necessário trabalho, e nada melhor que um trabalho com prazer para a realização existencial.
Ser autêntica comigo própria, facilitará a alquimização dos receios e dos padrões num diálogo e transmissão assertiva, a cada momento de tudo o que digo, penso e faço para comigo e para com os outros!
Promovendo momentos de silêncio (meditação), que são cruciais para a escuta da minha voz interna, onde haverá uma maior expansão da minha criatividade e organização mental, e saberei com maior clareza, o que quero e o que não quero, identificando o que ainda me serve e o que já não me é mais necessário. Exercitando a minha inteligência emocional, lógica, intelectual e espiritual.
Então, parar para olhar dentro de mim mesma, ir mais fundo, sentindo o meu próprio pulsar, guiar-me-á na viagem do meu fascinante mundo interno, onde o mapa do tesouro da minha busca incessante será feita pelo auto-questionamento.
E, se de repente, eu decidisse mudar, como fazê-lo?
É na auto-observação e na auto-escuta da minha perspectiva e comportamento que a consciência do que se passa comigo será alterada. Mas é no agir com coerência que tudo acontece, porque estou no presente.
A consciência pela consciência de nada serve.
O conhecimento dá-nos a luz (consciência). A prática na acção apura-nos a mestria do nosso Ser!
Afinal para que serve a vida? Que valor me dou a mim própria? Que valor quero eu ter para mim mantendo-me no Tao (equilíbrio)? Quantas vezes me auto-felicito, sem me castigar quando as coisas não correm bem?
Pois é!
É tempo para parar e sentir a máquina magnífica que é o meu corpo. É bom escutá-lo reconhecer cada pedacinho de mim. Ficar maravilhada como uma criança quando olha para uma vitrine de doces ou brinquedos. Que bom que é poder sentir cada parte do meu ser e aperceber-me de como funciona, e verificar o quanto a mente humana é estrondosa no seu funcionamento e de como é que eu me construo a partir dos meus sentidos e dos meus pensamentos, quer conscientes quer inconscientes.
Porque é que só valorizamos as coisas quando as perdemos?
E se começássemos a mudar de atitude e nos tornássemos proactivos e vivificássemos mais o que somos e o que nos rodeia? Seria óptimo!
Ao aprende a escutar com o coração crio maior compaixão pela humanidade.
Pois só posso amar os outros quando me amar a mim própria, sem narcisismos nem rodeios.
E aí a sincronicidade da vida acontece criando Milagres!